Anel de Ferrara™

Em 1998 o Dr. Paulo Ferrara realizou, em Belo Horizonte, o primeiro Curso de Implante de Anel de Ferrara para correção de ceratocone. Hoje, sua técnica é reconhecida em 87 países com mais de 600.000 olhos implantados. Com o desenvolvimento tecnológico o diagnóstico e a técnica cirúrgica estão extremamente precisos, garantindo a correta indicação e reprodutibilidade de resultados.

Mais qualidade de vida para o portador de ceratocone.

Anel de Ferrara

OS SEGMENTOS DE 320º

O primeiro laser de femtossegundo foi disponibilizado para o mercado internacional em 2001, indicado a princípio para a confecção do flap no LASIK. Logo, outras aplicações para cirurgia de córnea foram propostas, como a tunelização utilizada para a realização dos implantes de segmentos de anel estromal, ceratotomia incisional para correção do astigmatismo e nas ceratoplastias, lamelar e penetrante.

Sua precisão permitiu a criação de túneis com profundidade e larguras personalizadas, o que propiciou o retorno dos segmentos de arco longo (320º de arco), abandonados na década de 90 pela alta complexidade no seu implante a partir da técnica manual.

Em 2017, o Dr. Paulo Ferrara coordenou um estudo multicêntrico buscando compreender as ações deste tipo de segmento sobre ceratocone com diferentes graus evolutivos.

Esse novo segmento apresenta uma série de vantagens, das quais duas delas, em especial, chamaram a atenção nos resultados obtidos.

Além de atuarem melhor nos ceratocones avançados, esse segmento também leva a uma redução importante do astigmatismo, o que anteriormente era verificado apenas nos segmentos de arcos curtos como os de 140º.

Quanto mais avançado o ceratocone, maior a correção induzida. Pacientes que antes eram encaminhados para o transplante de córnea agora têm a chance de tentar o tratamento com esses novos segmentos, com o objetivo de postergar a ceratoplastia.

O nomograma atual online contempla estes segmentos, principalmente para o ceratocone central, córneas hiperproladas e ceratometrias elevadas.

Recomendamos que o implante dos segmentos de 320º seja realizado com o auxílio do Laser de Femtosegundo.

Descrição

O anel FERRARA RING ™ consiste em um segmento semicircular com arco de comprimento múltiplo e seção triangular fixa:
AFR (base de 0,60 mm) e AFR6 (base de 0,80 mm). É um implante de uso único.
Cada segmento possui um orifício de 0,20 mm em cada extremidade para facilitar sua implementação.

Anel de Ferrara: 6mm
Anel de Ferrara: 5mm

Cuidados no Manuseio

A Ferrara Ophthalmics, importadora e distribuidora do Anel de Ferrara gostaria de prestar alguns esclarecimentos, tendo em vista a ocorrência de eventos com registro da falta do segmento dentro do respectivo estojo:

  • O produto é fabricado em uma “Sala Limpa” onde as condições de energia estática do ambiente podem deixar o produto eletrostaticamente carregado, considerando também a possibilidade de movimentação do produto durante o transporte e manuseio.

Buscando informações com o fabricante AJL assim como com o departamento comercial da Ferrara Ophthalmics, pontuamos algumas orientações e cuidados extremamente importantes no momento do uso:

  • Abrir o estojo lentamente e com cuidado no campo cirúrgico;
  • Conferir a presença do segmento no estojo. Caso contrário, verificar se o mesmo encontra-se aderido à tampa do estojo devido ao fator estático já citado;
  • Pinçar o segmento com instrumental específico.

Instrumental Cirúrgico

Instrumental Cirúrgico em Titanium

O Instrumental Cirúrgico para o Implante do Anel de Ferrara™ foi desenvolvido e patenteado pelo Dr. Paulo Ferrara em 2 de dezembro de 1993. PI 9305251-0 

As primeiras espátulas para tunelização foram produzidas por ourives, uma vez que a técnica ainda se encontrava em em estágio experimental e a indústria não demonstrou interesse na produção. 

Hoje, as espátulas utilizadas para as experiências em olhos de coelhos se encontram no Museu da Oftalmologia da SBO.

Primeiro Kit Instrumental
Instrumental Cirúrgico em Titanium
Instrumental Cirúrgico em Titanium
Instrumental Cirúrgico em Titanium

Acesso restrito

Conteúdo – Médicos cadastrados

  • Planejamento Cirúrgico

  • Política de trocas

Novo por aqui?

Resultados Clínicos

Numa retrospectiva, foram revisados arquivos de pacientes operados com Implante de Anel de Ferrara, porquanto intolerantes a lentes de contato e/ou demonstravam progressão da ectasia.

Todos estes pacientes completaram pelo menos dois anos de acompanhamento clínico sem apresentar nenhuma complicação durante os procedimentos.

Verificou-se que a keratometria principal diminuiu consideravelmente do primeiro exame pré-operatório ao último exame pós-operatório, bem como o aplanamento central da córnea e reposicionamento do centro refrativo. Como demonstrado em estudos anteriores, o anel intracorneano nivela a córnea e mantém seu efeito por longo período. Ademais, não se observou alteração significante na evolução do cone com o passar do tempo.

O presente estudo demonstrou que o Anel de Ferrara pode ser uma ferramenta valiosa para estabelecer estabilidade topográfica e visual, retardar a progressão do ceratocone e adiar a cirurgia de transplante de córnea.

A adaptação de lentes de contato são consideravelmente facilitadas após o Implante de Anel de Ferrara.

Uma vez que acontece a regularização da superfície da córnea com redução da prolação excessiva, a maioria dos pacientes se adapta bem `as lentes de contato no pós-cirurgico.

A adaptação de lentes de contato não deve ocorrer até 3 meses de acompanhamento que é o período necessário para a estabilização da refração e keratometria. É comum a pacientes antes intolerantes a lentes de contato rígidas gás penetrante se adaptarem bem no pós-implante. Frequentemente, é possível a adaptação de lentes gelatinosas.

Além disso, há ótima estabilidade pós-cirúrgica diminuindo a chance de “perda de lentes” causada pela instabilidade, uma reclamação comum antes da cirurgia e que não é mais observada.

(210 FICR) O Anel Intraestromal de Ferrara com 210º de arco tem 3 importantes vantagens sobre o anel convencional.

1) Mínima indução ao astigmatismo;
2) Apalnamento corneano;
3) Implante de um único segmento.

Este anel é extremamente eficaz para ceratocones do tipo nipple. O 210-FICR é um método eficiente para a correção do ceratocone com significante redução dos valores keratométricos e melhoria do equivalente esférico UCVA e BCVA.
Foram analizados arquivos de 80 olhos de 76 pacientes, sendo utilizado o Implante do 210-FICR.

O acompanhamento médio destes pacientes foi de 6,65 meses.
Exames topográficos (Pentacam) demonstraram aplanamento da córnea em todos os olhos.

25 olhos de 20 pacientes com ectasia corneana submentidos as Implante de Anel de Ferrara foram incluídos no estudo. O tempo de acompanhamento médio foi de 39,8 +/- 21,1 meses.

Os resultados pós-operatórios demonstraram significante melhora tanto UCVA quanto CDVA. Além disso, houve significante aumento na espessura da córnea.
Encontrou-se expressiva diminuição nos valores das asfericidades após o Implante de Anel de Ferrara.

Os valores das keratometrias reduziram significantemente em todos os olhos.
Pode-se observar que os valores pré-operatórios principais são normalmente menores que os encontrados no ceratocone primário. Isto pode ser explicado, dentre mais, pela indução ao aplanamento corneano dado o procedimento refrativo, normalmente na zona ótica com diâmetro maior que o da ectasia.

As vantagens potenciais dos Implantes (ICRS) sobre o transplante de córnea em olhos com ectasia pós-LASIK são muitas. Primeiramente evita tratamentos posteriores com o laser, eliminando cicatrização corneana. Isto deixa o centro da córnea intocado, aumentando o resultado refrativo.

Além disso, a técnica é reversível em casos de correção insatisfatórias ou com poucos resultados clínicos, e o cuidado pós-operatório é mínimo. Ajustes da correção podem ser feitos através da variação da espessura do Anel e em caso de mudanças inesperadas no formato da córnea, quando apenas um segmento pode ser retirado ou substituído.

Por fim, os Implantes de Anel de Ferrara eliminam as complicações existentes em cirurgias mais invasivas.

A incidência de complicações cirúrgicas após a curva de aprendizagem é pequena.

Complicações pós-operatórias pode estar relacionadas a:

1) Técnica cirúrgica;
2) Nomograma
3) Anel

Quanto a técnica cirúrgica pode se observar extrusão devido `a tunelização superficial; infecção; mal centramento dos segmentos; migração; assimetria do posicionamento dos anéis.

As complicações relacionadas ao nomograma estão ligadas `a biomecânica da córnea e podem ser a hipocorreção e hipercorreção. Embora haja previsibilidade do resultado pós-operatório, alguns casos de hipo ou hipercorreção podem ocorrer devido `a viscoelasticidade e ao perfil biomecânico das diferentes córneas com ceratocone.

Quanto ao anel pode ocorrer ofuscamento, reportados por 10% dos pacientes, podem estar relacionados ao tamanho da pupila e tendem a diminuir com o tempo; depósitos perianelares; neovascularização do túnel estromal que ocorrem raramente em pacientes atópicos. Utiliza-se Bevacizumab subconjutival para o tratamento desta complicação com resultados razoáveis como retratados na literatura.

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